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Imagem Corporal



O malabarismo que fazemos para tentar equilibrar autoestima e a imagem que temos do nosso próprio corpo

A imagem corporal é a maneira pela qual a nossa mente interpreta o próprio corpo, dentro de sua autopercepção e padrões, essa lógica recebe interferência forte do nosso grau de satisfação e felicidade com relação à forma física e como nos comportamos frente a estas percepções.


Em dados publicados pelo Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares e Obesidade (GENTA), no Brasil país que mais registra realização de cirurgias plásticas no mundo, 9 em cada 10 mulheres têm alguma insatisfação com a aparência, uma em cada seis, mulheres preferem cinco anos a menos de vida em troca do peso ideal. 65% das universitárias gostariam de ser mais magras.


Esses dados alarmantes mostram o quanto muitas de nós estão insatisfeitas com a própria imagem. Não é novidade que muitas mulheres não aceitam seus corpos tão pouco as características físicas que apresentam naturalmente. Insatisfeitas com a nossa própria imagem, sofremos psicologicamente por não aceitarmos quem realmente somos. Para além dos comentários alheios e das impressões que colocam sobre nós ao longo da vida, vivemos em uma sociedade que não valoriza o que é único ou autêntico.


O mundo em sua configuração atual supervaloriza a imagem corporal por meio do culto aos corpos magros, definidos ou fortes, muitas vezes desconsiderando a saúde de forma essencial, e até mesmo qualidade de vida. Como dito anteriormente, a imagem corporal é como nos enxergamos externamente, logo somos mais fortemente atravessadas pelos conceitos de consumo desenfreado e o imediatismo, talvez por isso, desejamos ver e ser visto como o que é aceito pela maioria, ou pelo grupo que pertencemos ou buscamos pertencer. Invertemos a lógica e ilusoriamente procuramos construir uma autoestima baseada no externo, ao invés de se autoconhecer refletir o que somos internamente como parte da construção de uma boa autoestima.


Muitos estudos já demonstram que a percepção de imagem corporal está diretamente associada à autoestima, ao amor-próprio e à satisfação pessoal, tendo isso em vista podemos dizer que a maneira mais efetiva de combater certas distorções que temos com a imagem do nosso próprio corpo está na luta por uma sociedade com outra mentalidade, que valorize o que é único, autêntico e à diversidade de corpos e características físicas. Absorver tais comportamentos podem refletir de maneira muito positiva em nosso psicológico e principalmente no amadurecimento de sentimentos como a empatia, o respeito e a conexão com diversas habilidades sociais que deixamos de lado à medida que vamos nos moldando segundo os padrões impostos.

Quase que em um processo de enxergar uma realidade inexistente, vários transtornos, mas aqui chamamos atenção para os casos dos transtornos de imagem corporal que estão em constante crescente, levando principalmente mulheres a fazer dietas muito restritivas, incontáveis procedimentos estéticos pelo motivo da imposição de um padrão de beleza que tende a ser associado também ao sucesso, poder e aceitação social, como mencionamos anteriormente.



Já a distorção da imagem corporal é quando nos tornamos imprecisos ao reconhecer de forma realista nosso corpo. Vale dizer que essa não é somente uma característica de quem apresenta algum tipo de transtorno alimentar. Tal inconsistência é reforçada pelo o que nos é imposto de forma direta ou indireta. É com a piada pelo o que é diferente do padrão, pelas imagens que vemos e absorvemos em revistas, TV, internet, é pela loja que não produz a roupa com tamanhos maiores que o padrão, sendo esses mecanismos muito sutis que nos violentam todos os dias.


É possível que muitas mulheres se identifiquem com tais vivências e se perguntem sobre uma maneira de encarar esses conflitos, e o que eu posso dizer é que a prática da autocompaixão, apesar não ser nada fácil, pode ser a maneira mais combativa e prioritária que temos de enfrentar essas violências, é no trabalho psicológico e na aceitação do eu que mora o fortalecimento da autoimagem e o amadurecimento da autoestima. Um olhar direcionado às suas reais necessidades também pode ajudar no processo de se perceber como um ser único, falho e com aspectos positivos. Alguém que é capaz de se acolher e se amar para além dos padrões. É importante reforçar que se você se identifica com essas questões não quer dizer que você tenha qualquer transtorno, mas sim que é possível que você precise dar uma atenção para quem mais importa na sua vida, você mesma!


Quem assina o texto?

Eliza Guerra

Psicologia da Autoimagem

CRP 06/106705

Instagram: @psidaautoimagem

Contato: eliza@psicologiadaautoimagem.com.br


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